segunda-feira, 18 de abril de 2011

Educação e Humanidade

“É no problema da educação
que assenta o grande segredo
do aperfeiçoamento da humanidade”
    Kant






Reflectindo sobre o pensamento de Kant acerca a educação convém admitir que não podemos esperar que a educação ocorra, apenas, na escola para que venha possibilitar o aperfeiçoamento da humanidade. O processo dá – se no âmbito geral da vida do educando.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Orientações curriculares para a Educação Pré-Escolar

O documento Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 1997) tem por finalidade constituir-se como um “ponto de apoio para uma educação pré-escolar enquanto primeira etapa de educação básica, estrutura de suporte de uma educação que se desenvolve ao longo da vida” (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 1997, p. 7). São seus fundamentos, a par da indissociabilidade do desenvolvimento e da aprendizagem, o reconhecimento da criança como sujeito do processo educativo, a articulação das diferentes áreas do saber e a diversidade e a cooperação (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 1997, p. 14). Defende-se, portanto, que o desenvolvimento curricular, cujo principal actor é o educador, deve ter em consideração os objectivos gerais da educação, a organização do ambiente educativo, a continuidade e a intencionalidade educativas, bem assim como as áreas de conteúdo (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 1997, p. 14). Consideradas como fundamentais na organização de contextos e oportunidades de aprendizagem, estas áreas de conteúdo encontram-se organizadas em três grandes blocos: Formação Pessoal e Social; Conhecimento do Mundo; e Expressão/Comunicação. Pese embora a natureza programática do documento, tais orientações não podem ser entendidas como um curriculum, num sentido formal. Na verdade, embora se pretenda constituir uma referência comum para que todos os educadores fundamentem as suas decisões pedagógicas, o próprio documento adverte para o facto de não poder ser considerado um programa, adoptando, antes, “uma perspectiva mais centrada em indicações para o educador do que na previsão de aprendizagens a realizar pelas crianças […] [incluindo] a possibilidade de fundamentar diversas opções educativas e, portanto, vários currículos.” (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 1997, p. 13). Por isto mesmo, não se estabelecem conteúdos nem objectivos específicos.
A relevância e urgência, oficialmente afirmada, de uma acção intencional pressuporia algum tipo de organização e planificação que ajudasse os educadores a concretizar o que deles se espera. No entanto, nada nestas orientações proporciona aos educadores elementos para esse desenvolvimento curricular. Com efeito, as sugestões são apresentadas como meras “hipóteses”, ou como “recomendações”:
A falta de hierarquia das assunções ou das actividades sugeridas, bem como a ausência de explicitação de perspectivas teóricas – os porquês – que sustêm estas hipóteses, recomendações e exemplos explicam as dificuldades que os educadores sentem quando tentam concretizar o discurso pedagógico oficial. Se tivermos em consideração que os princípios podem não significar o mesmo para todos e que as concepções dos educadores não derivam necessariamente da sua familiarização com perspectivas teóricas sobre aprendizagem, as práticas geradas por estas orientações podem não assegurar a intencionalidade e sistematicidade pretendidas, bem assim como os fins últimos que o documento tem em vista.

Importância do Jardim de Infância

















“Tudo o que eu devia saber na vida, como proceder e como ser, aprendi no Jardim-de-Infância.
A sabedoria não se encontra no cimo da montanha da escola de formatura, mas sim na escola dominical.
Cá estão as coisas que aprendi:
- Partilhar tudo.
- Fazer jogo leal.
- Não agredir as pessoas.
- Voltar a por as coisas onde as encontramos.
- Limpar o que se suja.
- Não tirar coisas que não são nossas.
- Pedir desculpa quando magoamos alguém.
- Lavar as mãos antes de comer.
- Puxar o autoclismo.
- Bolinhos quentes e leite frios são bons para toda a gente.
- Viver uma vida equilibrada: aprender um bocado e pensar um bocado, desenhar, pintar, cantar, dançar, brincar e trabalhar um pouco todos os dias.
- Dormir a sesta todas as tardes.
- E quando vamos para o mundo ter cuidado com o trânsito, dar as mãos e mantermo-nos juntos”.
   Fulghum (1992, p. 10)

Objectivos da Educação Pré-escolar

Os objectivos da educação pré-escolar foram definidos no artigo 10º da Lei 5/97 de10 de Fevereiro:

- “Promover o desenvolvimento pessoal e social da criança com base em experiências de vida democrática numa perspectiva de educação para a cidadania;
- Fomentar a inserção da criança em grupos sociais diversos, no respeito pela pluralidade das culturas, favorecendo uma progressiva consciência do seu papel como membro da sociedade;
- Contribuir para a igualdade de oportunidades no acesso à escola e para o sucesso da aprendizagem;
- Estimular o desenvolvimento global de cada criança, no respeito pelas suas características individuais, incutindo comportamentos que favoreçam aprendizagens significativas e diversificadas;
-Desenvolver a expressão e a comunicação através da utilização de linguagens múltiplas como meios de relação, de informação, de sensibilização estética e de compreensão do mundo;
- Despertar a curiosidade e o pensamento crítico;
-Proporcionar a cada criança condições de bem-estar e segurança, designadamente no âmbito da saúde individual e colectiva;
- Proceder à despistagem de inadaptações, deficiências e precocidades, promovendo a melhor orientação e encaminhamento da criança;
- Incentivar a participação das famílias no processo educativo e estabelecer relações de efectiva colaboração com a comunidade”.

Papel do educador de Infância

O Educador de Infância é, um profissional responsável pela orientação de um grupo de crianças (entre os quatro meses e os cinco anos de idade). É da sua competência organizar e aplicar os meios educativos adequados ao desenvolvimento integral da criança (psicomotor, afectivo, intelectual, social, moral). No dia-a-dia, o educador de infância, acompanha a evolução das crianças pelas quais é responsável e estabelece contactos com os pais no sentido de se obter uma acção educativa integrada.
A intervenção profissional de um educador de infância passa por diferentes fases. Antes de mais cabe-lhe observar cada criança para conhecer as suas capacidades, interesses e dificuldades, recolher as informações sobre o contexto familiar e o meio em que as crianças vivem para compreender melhor as suas características. Em seguida, o educador deve proceder ao planeamento do processo educativo de acordo com as informações recolhidas e concretizá-lo na prática.
Depois de cumpridas estas etapas (observação, planeamento e acção) o profissional de educação deve estar apto a avaliar todo o processo decorrido, incluindo todos os efeitos, adequando o processo educativo às necessidades das crianças e do grupo em geral. Faz igualmente parte das suas funções trocar opiniões com os pais e comunicar-lhes todos os aspectos do desenvolvimento dos filhos. Por último, o educador deve proporcionar as condições necessárias para que cada criança aprenda e se sinta bem no jardim-de-infância.